terça-feira, 8 de novembro de 2011

Love for daddy...

  Tanta coisa já se passou, tanto já vivemos e de todas essas experiências só o que eu posso dizer é que aquele amor que a menina de 3 anos sentia é o mesmo 15 anos depois. Arrisco dizer que é maior.
  Nenhum erro, nenhuma briga, nada do que você diga, ou faça vai mudar o amor infinito que eu sinto por você.
  Somos tão parecidos, eu e você, que a semelhança chega a incomodar olhos não treinados, olhos sem sentimentos.
  Você teve seus traumas, suas dores, suas perdas e eu também tive as minhas. O que nós não aprendemos foi a superar tudo isso juntos, mas nunca é tarde para começar. Até porque, dizem que para o amor nunca é tarde demais.
  Queria que você soubesse que tenho um orgulho imenso de ser sua filha, tenho orgulho de cantar ao quatro ventos que sou forte como você, persistente como você, honesta como você e além de tudo batalhadora como você.
  Obrigado por sustentar meus sonhos e amparar minhas loucuras. Obrigado por colocar em mim o "altar do céu".
  Somos muito diferentes, mas somos muito iguais. Você, um jovem de 57 anos. Eu, uma velha de 18. Ambos com um amor infinito, que assim como todo amor do mundo, não se define, se sente.

Love for you, daddy!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

When you're gone, the pieces of my heart are missing you !


Hoje, no dia do amigo, quatro dias após sua partida, eu passei o dia pensando em você. Pensando em tudo que vivemos e em como fomos muito além de amigos. Você, uma vez disse que era minha alma gêmea e hoje eu tenho certeza que você estava coberto de razão. Como sempre.
Dizer que você não faz ideia da falta que me faz seria besteira, pois sei que você, onde quer que esteja, sabe como me sinto. 
  Me sinto vazia, oca, como se parte de mim tivesse sido arrancada do meu peito. Mas, pra dizer a verdade, foi exatamente isso que aconteceu. Parte de mim foi arrancada. 
Muitas pessoas no meu lugar se revoltariam com Deus, mas eu não. Apenas agradeço por ele ter te colocado em meu caminho.
Me recusei a te ver, a me despedir de você, porque me recusei a despedir de seu corpo, da matéria. Fotos, vídeos e roupas suas pouco me interessam, pois tenho comigo o que há de mais importante. A certeza de que você me amou, os lugares que conhecemos juntos, as coisas que você me ensinou e toda aquelas coisas que você me fez sentir.
Muitas pessoas dizem que passaram a vida procurando sua alma gêmea, ou que estão em busca dela, eu, sem ter tempo para procurar, encontrei a minha, mas ela foi tirada de mim rápido demais. Antes mesmo de que eu me desse conta.
Você se foi, mas eu continuo aqui e vou realizar todos os nossos sonhos !
Te amo e sempre te amarei meu melhor amigo !
E quando meus filhos me perguntarem um dia: ‘quem foi ele, mamãe?’ Eu direi: ‘Foi o cara mais incrível e belo que a mamãe já conheceu. Foi o cara que ensinou a mamãe que existe amor e que por amor vale a pena qualquer coisa.’
‘Bernardo Leone de Carvalho’

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Anjo


                Nunca fui a mais comportada das garotas. Nunca gostei de regras ou de lições de moral. Resolvi fazer da minha vida o melhor dos parques de diversão, utilizando de bebidas e drogas, pra tornar tudo mais fácil. Larguei a escola e a menina pura que havia em mim para viver a vida mais intensamente. Até que ele apareceu.
                Eu estava em mais uma das incontáveis festas que freqüentava assiduamente quando de repente ele entrou. Cabelos pretos, altura média, desconectados e bagunçados. Olhos azuis penetrantes. Calça jeans, suéter preto, vans quadriculado. Ele não fazia parte daquele lugar. Mas porque estava ali?
                Ele entrou se sentou no bar e falou algo com o garçom. Dirigi-me até lá também e sentei no banco ao seu lado. Pedi um ‘Sex on the Beach’, enquanto via o garçom entregar uma garrafa de água para ele.
                - Água? Tem certeza que está no lugar certo?
                - Sim.
                Ele levantou os olhos azuis para mim e me olhou diretamente nos olhos. Diferente de todos os caras que eu conhecia ele não me olhou dos pés a cabeça, ou se dedicou a analisar meu decote, ele me olhou diretamente nos olhos, me trazendo uma paz incrível, como se com um simples olhar ele pudesse limpar minha alma, repleta de bebidas e loucuras.
                - E você Clara, tem certeza que tudo isso aqui vale a pena?
                - Como você sabe meu nome?
                - Eu sei muito sobre você Clara. Acompanho seus passos desde o dia em que você resolveu direcioná-los para caminhos errados.
                - Você é louco? Ou um psicopata qualquer? Só pode.
                Levantei do banco levando meu drink comigo e fui para a pista de dança. Fiquei ali um tempo, até que olhei novamente para o bar e vi que o garoto não estava mais ali. Continuei dançando até que senti uma mão me puxando e me levando para fora da boate.
                Tentei me desvencilhar, mas a pessoa me colocou sobre seu ombro e me levou até um carro. Fui jogada no banco de trás e logo após o motorista arrancou com o carro. Sentei-me no banco e quando olhei para o motorista vi que era o garoto do bar.
                - Ei você é louco? Isso é um seqüestro ou quê garoto?
                - Isso é uma pessoa tentando resgatar o que ainda há de bom em você Clara.
                - Olha, se foram meus pais que te mandaram aqui, saiba que eu pouco me importo com eles e que no momento em que você me deixar em paz eu vou voltar a fazer tudo o que faço, e com prazer.
                - Não, não foram seus pais que me mandaram Clara, eu vim por conta própria.
                - Ahn. Posso ao menos saber seu nome?  E para onde está me levando?
                - Meu nome é Ariel. E você verá logo onde estamos indo.
                Calei-me e fiquei na defensiva pronta para me jogar daquele carro caso algo não me agradasse. Alguns minutos depois ele parou o carro, saiu e abriu a porta para mim. Desci do carro e vi a minha frente uma casa antiga, com uma plaquinha na frente escrito: “Lar Céu Azul”
                - O que é isso Ariel?
                - Um orfanato.
                - Porque me trouxe em um orfanato?
                - Para você ver como é a vida de crianças que não tiveram as oportunidades que você teve.
                Entrei no orfanato e vi diversas crianças correndo pelos corredores, algumas sentadas nos velhos sofás da casa e outras sentadas no chão, com alguns brinquedos velhos.  Todas tinham olhares tristes e apesar de estarem juntos ali naquele lugar, pareciam incrivelmente solitários. Segui Ariel e ele se encaminhou para os fundos da casa onde tinham alguns balanços antigos. Ele se sentou em um e eu me sentei ao seu lado, no outro.
                - Você, Clara, foi abençoada. Tem pais que te amam e que sempre te deram tudo, desde os melhores brinquedos do mundo aos melhores colégios. Sua casa é enorme e maravilhosa. Você tinha amigos incríveis, mas desperdiçou tudo isso por essa vida que vive agora. Drogas, bebidas, um garoto a cada noite. Você acha que isso é vida Clara?
                - Eu... Ariel eu não era feliz! Eu tinha tudo, mas me faltava felicidade!
                - E você é feliz agora?
                - Não. Muito menos depois de ver essas crianças. Porque elas sofrem tanto?
                - Porque elas não têm casa, não tem família. São completamente solitárias.
                Olhei para a velha casa e senti uma lágrima escorrer do meu olho. É eu tinha tudo e não dei valor. Felicidade está nas pequenas coisas da vida, eu tinha a felicidade na minha frente e não enxerguei.
                - Como você conhece essa casa Ariel?
                - Eu cresci aqui. E vivo aqui até hoje.
                Então ele era uma daquelas pessoas solitárias que viviam ali. Ele havia sido uma daquelas crianças tristes que eu via. Senti pena dele. E mais ainda de mim mesma. Mesmo crescendo sem alegria alguma ele conseguia ser mais humano que eu.
                - Como você me conhece?
                - Trabalho na Biblioteca do Colégio em que você estuda, mas não freqüenta. Desde que você decidiu jogar sua vida para o alto eu acompanho suas mudanças e torcia por você, para que voltasse ao que era. Uma menina doce, tranqüila e estudiosa. Mas já que você se recusou a fazê-lo sozinha, resolvi te ajudar.
                - Porque eu? Existem tantas outras pessoas perdidas naquele colégio. Se você resolveu ajudar alguém porque não ajudou um deles?
                - Porque você é importante pra mim de certa forma.
                Olhei para ele e ele estava de cabeça baixa, corado. Ele gostava de mim então? Aquele garoto tímido, bom e completamente correto gostava de mim e de alguma forma eu havia ficado feliz com isso.
                - Então eu espero que me perdoe. Por ter me tornado o que tornei e me ajude a voltar a ser o que era, a buscar minha paz e felicidade.
                - Eu irei te ajudar. Claro que irei, é o que eu mais desejo.
                Olhei para ele e sorri. Seus olhos azuis, puros e simples olharam para os meus cheios de arrependimento. Senti novamente aquela paz e tive certeza que ele poderia me ajudar. Ele queria e eu queria que ele me ajudasse. Sorri para ele, toquei levemente seu rosto e disse:
                - Obrigada por não desistir de mim, meu Anjo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Entre o amor e a dependência

   - Você voltou!
   - Sim.
   - Mas não foi por mim.
   - Não.
 Ela nem precisava ter perguntado, pois já sabia a resposta. Não era tão difícil assim de sabê-la , era o óbvio depois de tudo que havia acontecido.
 Pedro estava mais lindo do que nunca. Seus cabelos pretos estavam curtos e brilhavam sedosos. Sua boca vermelha estava mais chamativa do que jamais estivera. Apenas seus olhos castanhos que estravam estranhos, vazios, como ela nunca tinha visto antes. Mas ainda assim, aos olhos de Caroline, ele era perfeito.
   - Ela precisa de mim Carol, de uma forma que você nunca precisou.
   - É isso que você deseja? Alguém que dependa de você ao invés de te amar?
   - Você não entenderia.
   - Não Pedro, eu realmente não entendo essa sua lógica.
   - Me desculpa Carol, mas é assim que vai ser.
 É eu sabia que ele havia voltado pela Alice e ela realmente precisava dele.
   - Tudo bem. Ela precisa de você e não é atoa que no exato momento em que você foi embora ela caiu em ruínas. E me culpou sabe Pedro? Ela colocou a culpa em mim, dizendo que você se foi, por minha culpa.
   - Bem, ela não está completamente errada. Eu fui embora em um ato de covardia, e acho que só você não notou.
 Realmente eu não havia notado que eu era o motivo do Pedro ir embora, não até receber uma carta dele, um mês depois de tudo. Mas ato de covardia? Eu não classificaria assim.
   - Ato de covardia? Por que?
   - Eu nunca tive coragem de me declarar pra você, não pessoalmente, em anos de amizade. Você é forte, decidida e independente. Por isso eu nunca me declarei. Você não precisa de mim. Nunca precisou e acho que não vai precisar.
   - Realmente Pedro, eu sou assim, mas sou porque o mundo me fez assim. Eu não preciso de cuidados ou de alguém que me proteja 24 horas por dia, mas diferentemente do que você pensa, eu sou um ser humano como qualquer outro. E assim como ser humano eu necessito de carinho, amor e compreensão.
 Olhei para ele e vi que seus olhos estavam marejados. Eu já chorava, sentindo a dor de perder alguém que sequer havia sido meu.
   - Eu acho Pedro que você é essa pessoa para mim, a minha pessoa certa. Eu achei desde a primeira vez que pus meus olhos em você.
   - Carol... E por que toda essa pose de concreto?
   - Questão de sobrevivência.
   - Te entendo. Mas, e a Alice?
   - Bom Pedro, ela é um problema só seu. Faz parte da sua escolha, do rumo que você quer dar na sua vida.
   - Sei. Bem, no fundo eu já havia feito a minha escolha, mas a minha eterna covardia me proibiu de ir a frente e encarar o que o meu coração deseja.
   - Posso saber o que é?
   - Sim. Você, Carol, precisa de mim da mesma forma que eu preciso de você. Entre nós não há dependência, só amor. Isso para mim é o suficiente. Sei que passei anos querendo te proteger e afastar de tudo que pudesse te fazer mal, mas não é essa minha função em sua vida. Minha função é te amar, da forma mais pura que existe em meu coração. Isso é o que realmente importa. Nosso amor.

 Realmente o amor é mais importante que a dependência. O amor é saudável, faz bem e completa a alma, quando é encontrado de forma verdadeira. E o amor basta.

P.S.: Créditos da Imagem

sábado, 4 de junho de 2011

Novo começo

   Quando eu era pequena eu aprendi a andar, falar, comer sozinha, andar de bicicleta, ler, escrever e outras tantas coisas.
   As circunstâncias da vida me fizeram aprender a guardar meus sentimentos e mágoas. Tudo isso me fez mal, me corroeu por dentro e me tirou muito do que havia de bom em mim.
   Mas, assim como aprendi a guardar os sentimentos, agora eu aprendi também a externá-los, a colocá-los em palavras e descarregar o meu coração, para tornar minha vida um pouco mais leve.
   Palavras essas que eu colocarei aqui, em um ato de libertação, para tornar todos os maus sentimentos que existem em mim algo bom, algo ao menos interessante.
   Estas são minhas palavras, um ato simples de amor as letras e libertação de mim mesma.